A UNIÃO SOVIÉTICA Socialista
ANTES DE 1917 – Rússia
uGovernada por um czar (absolutista) da Dinastia Romanov 1613 – 1917;
u80% da população no campo;
uPéssimas condições de vida;
uMétodos de plantio e colheita medievais;
uPequenas e poucas indústrias nas mãos de estrangeiros;
uGuerra Russo-Japonesa (1904-05) derrotados pelos japoneses mostrou as deficiências do Estado Russo e mergulhou o país numa incontrolável crise econômica.
GUERRA RUSSO-JAPONESA
uFoi uma guerra entre o Império do Japão e Russo que disputavam os territórios da Coréia e da Manchúria;
uA guerra ocorreu no nordeste asiático do país, agravou-se, e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros e soldados do exército;
uGreves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia;
uOs líderes socialistas procuraram organizar os trabalhadores em conselhos (os sovietes), nos quais se debatiam as decisões políticas a serem tomadas;
uEsta guerra marcou o reconhecimento pelas nações européias do Japão como uma potência imperialista.
A FORMAÇÃO DO ESTADO SOVIÉTICO
uA Rússia foi o primeiro país do mundo a implantar um regime socialista baseado nos princípios do marxismo;
uEste regime foi estabelecido em 1917, quando uma revolução derrubou a monarquia czarista que vigorava no país;
uO líder da Revolução Russa foi Vladimir Ilhich Lênin, auxiliado por Leon Trótski e Josef Stálin, todos do Partido Bolchevique.
uO governo dirigido por Lênin tomou imediatamente diversas medidas destinadas a modificar totalmente a sociedade russa, visando conduzi-la para o caminho do socialismo;
uEntre as principais medidas destacaram-se a reforma agrária, fim da propriedade privada da terra, extinção de todos os títulos da nobreza, nacionalização dos bancos, desapropriação de indústrias e grandes estabelecimentos comerciais que passaram para as mãos do Estado.
uHouve a criação do partido comunista, como passou a chamar-se o antigo partido bolchevique, como único partido do país;
uO sistema de partido único na URSS instituiu a chamada “ditadura do proletariado”, ou seja, o governo dirigido pelos trabalhadores;
uEm dezembro de 1922 o nome do país foi mudado para União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
uA URSS se tratava de uma federação englobando sete repúblicas: Rússia, Transcaucásia, Ucrânia, Rússia Branca, Uzbequistão, Turcomenistão e Tajiquistão.
STÁLIN VENCE A LUTA PELO PODER
uLênin morreu em 1924;
uDois importantes dirigentes do Partido Comunista passaram a disputar o poder: o secretário geral Joseph Stálin e Leon Trótski, comissário do povo para assuntos de guerra;
uStálin venceu a disputa;
uTrótski não concordava com a orientação que Stálin imprimia à direção do país.
uAssim, Trótski passa a fazer oposição ao novo dirigente, mas foi expulso do partido e do território soviético;
uMorreu no México em 1940, assassinado por um agente de Stálin;
uStálin foi afastando seus opositores até conseguir se tornar ditador absoluto em 1929.
uImplantou a planificação geral da economia, através de planos qüinqüenais, que procuravam desenvolver a indústria pesada e forçar a coletivização da agricultura;
uUma nova Constituição, outorgada por Stálin em 1936 confirmou seu poder totalitário, instalando o terror permanente, promovendo o afastamento e a eliminação dos opositores do regime (os expurgos).
uCom essa extrema centralização e com o aumento do controle burocrático e policialesco sobre a população soviética, Stálin instaurou o culto de sua personalidade, transformando a ditadura do proletariado em ditadura pessoal.
KRUSCHEV E A DESENTALINIZAÇÃO
uA morte de Stálin, em 1953, desencadeou uma acirrada disputa pelo poder, vencida por Nikita Kruschev;
uA realização mais importante de Kruschev ocorreu sem dúvida no campo político;
uInternamente, deu início a um processo de abertura, amenizando o rigor da censura, reduzindo o poder da polícia política, reabilitando presos políticos e fechando diversos campos de concentração.
uEsse processo recebeu os nomes de “degelo e desestalinização”, ou seja, eliminação dos traços deixados por Stálin na vida da União Soviética;
uNo plano externo Kruschev deu início a um processo de aproximação com os EUA;
uNum gesto de grande coragem, em 1959 fez uma visita de diversos dias àquele país.
uAo retornar ao seu país, Kruschev declarou: “Eu vi os escravos do capitalismo. E vivem bem!”;
uAtravés dessa aproximação com os EUA, teve início o que se denominou de “coexistência pacífica”.
u
A ERA BREJNEV
uDentro da URSS Kruschev passou a sofrer pressões devido ao reformismo e perdeu seu posto em outubro de 1964 para Leonid Brejnev;
uBrejnev teve que se equilibrar entre a estagnação interna e o crescimento dos gastos militares com a produção de armamentos e manutenção de suas tropas, em constante estado de alerta.
uO contato com os EUA foi retomado durante a gestão de Richard Nixon (1968-1974), mas as conversações sobre a limitação de armas nucleares acabaram interrompidas.
O presidente Richard Nixon
A VEZ DE GORBATCHEV
uA morte de Brejnev, em 1982, trouxe problemas na cúpula hierárquica do Partido Comunista, pois seus sucessores, idosos e doentes, vieram a falecer pouco tempo depois da posse;
uFoi só em 1985, quando Mikhail Gorbatchev assumiu a direção da URSS, que se iniciou a renovação dos quadros dirigentes, o que permitiu implementar reformas profundas, tanto na economia, política e administração.
MIKHAIL GORBATCHEV
uEm fevereiro de 1986, Gorbatchev lançou a idéia Glasnost, uma política de abertura e transparência no trato das questões soviéticas, ou seja, uma campanha contra a corrupção e a ineficiência na administração, com propostas de maior liberdade na política, na economia e na cultura.
uEm seguida, lançou a Perestroika, um plano de reestruturação do sistema político e econômico da URSS;
uEm linhas gerais, tratava-se de retirar os excessivos controles sobre a economia e simplificar a estrutura administrativa;
uEssa proposta de mudanças profundas passou logo a sofrer a oposição dos conservadores, ou seja, os comunistas ortodoxos, que temiam perder seus cargos e privilégios, e os militares preocupados com possíveis cortes no orçamento das Forças Armadas.
uApesar de toda oposição, Gorbachev conseguiu dar continuidade aos seus planos e teve ainda reforçada sua liderança ao ser eleito presidente da república em julho de 1988.
AS REFORMAS SE ACELERAM
uEm março de 1989, pela primeira vez realizaram-se eleições livres para a escolha do Congresso dos Deputados do Povo: 180 milhões de soviéticos foram às urnas, confiantes de que viviam um momento único de sua história;
uSurgia com força, neste novo cenário político, a figura de Bóris Yeltsin, eleito representante da cidade de Moscou com 89,4% dos votos e adepto de reformas mais aceleradas.
BORIS YELTSIN EM AÇÃO
uEra um ultra-reformista;
uPor isso, passou a sofrer violentas pressões dos conservadores e acabou renunciando a seus cargos, passando para a oposição;
uEm fevereiro de 1990, uma nova legislação partidária estabelecia a permissão para a organização de novos partidos políticos.
uEra o fim da hegemonia absoluta do Partido Comunista, que vigorava desde a tomada do poder pelos bolcheviques, com a Revolução de 1917;
uMas a tarefa de transformar as velhas estruturas do império não podia se concretizar de maneira tão rápida;
uA passagem do modelo estatizado de produção para a economia de mercado gerou alta de preços e escassez de produtos, aumentando a insatisfação popular.
uGorbatchev achava-se numa posição delicada, pressionado, de um lado, pelos ultra-reformistas, sob o comando de Yeltsin, e, de outro, pelos comunistas ortodoxos, que faziam de tudo para solapar as reformas em curso.
O GOLPE DE AGOSTO DE 1991
uEm 19 de agosto de 1991 uma notícia causou comoção mundial: a agência soviética Tass divulgou que Mikhail Gorbatchev havia deixado a presidência da URSS por “problemas de saúde” e um certo Comitê Estatal de Emergência assumira o poder;
uO sentido era inequívoco: Gorbatchev foi vítima de um golpe de Estado!
uA “linha dura” do Partido Comunista pretendia reinstalar o regime totalitário;
uMas a população reagiu: milhares de pessoas saíram às ruas e passaram a enfrentar os soldados e os tanques que se dirigiam ao edifício do Parlamento da República da Rússia;
uBóris Yeltsin passou a comandar a resistência, que ganhou inclusive adesão de muitos militares.
uGorbatchev permaneceu 60 horas preso na Criméia, numa casa de praia onde tinha ido “descansar”;
uAos poucos, os golpistas foram perdendo força diante da resistência de quase toda nação;
uVários chefes de Estado do Ocidente exigiram enfaticamente a recondução de Gorbatchev ao poder.
uApós três dias de resistência, Yeltsin e os militares legalistas tinham recuperado totalmente o controle da situação e os golpistas foram presos;
uGorbatchev desembarcou livre em Moscou;
uDe volta ao cargo, o líder soviético reafirmou seu compromisso com o socialismo democrático e sua intenção de somar forças com Yeltsin, agora extremamente fortalecido por comandar a resistência aos golpistas.
O FRACASSO DO GOLPE DE AGOSTO DE 1991
COMEÇA A DESINTEGRAÇÃO DO IMPÉRIO
uO golpe de agosto de 1991 praticamente abriu as comportas para o movimento de independência das repúblicas que cumpunham a URSS;
uAs repúblicas do Báltico já tinham tentado separar-se em 1990, mas foram severamente reprimidas, pagando com sangue sua ousadia.
Repúblicas do Mar Báltico
uCom o fracasso do golpe, o cenário mudou totalmente;
uAs forças conservadoras estavam derrotadas e quem mandava realmente era Bóris Yeltsin e não mais Gorbatchev, cujo poder estava completamente esvaziado;
uAssim, já no mês seguinte ao golpe, isto é, em setembro, as repúblicas da Letônia, Estônia e Lituânia, uma após a outra, reafirmaram agora em caráter definitivo, suas declarações de independência.
Lituânia
Estônia
Letônia
uA própria Rússia foi um dos primeiros países a reconhecer a independência dessas repúblicas;
uEstava aberto o processo para as outras, que também, na sua grande maioria declararam-se separadas;
uGorbatchev admitiu a implosão da URSS mas tentou ainda manter o vínculo entre as repúblicas, propondo a assinatura do chamado “Tratado da União”.
uEm 04 de setembro de 1991, Gorbatchev, como presidente da URSS, e Bóris Yeltsin, na qualidade de presidente da Rússia, e mais os líderes de outras nove repúblicas, em sessão extraordinária do Congresso dos Deputados do Povo, apresentaram um plano de transição para criar um novo Parlamento, um Conselho de Estado e uma Comissão Econômica Inter-Republicana.
uPercebendo a importância de Gorbatchev para estabilidade da nação naquele momento, Yeltsin prometeu o apoio da República russa ao novo plano;
uAprovado o plano de mudanças faltava agora conseguir a assinatura do Tratado da União com todas as repúblicas;
uMas em 1o de dezembro de 1991, a situação se precipitou com a consolidação da independência da Ucrânia.
uNuma espécie e “golpe branco” de Gorbatchev, sete dias depois, os presidentes das Repúblicas da Rússia, Ucrânia e Bielorússia, reunidos na cidade de Brest, criaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), decretando o fim da União Soviética;
uNo dia 21 de dezembro de 1991, os líderes de 11 das 15 repúblicas soviéticas reuniram-se em Alma-Ata, capital do Casaquistão, para referendar a decisão da Rússia, Ucrânia e Bielorússia e oficializar a criação da CEI e o fim da URSS.
BieloRússia
GORBATCHEV RENUNCIA
uNo dia de Natal, em cerimônia transmitida por satélite para o mundo inteiro, o líder soviético renunciou ao cargo de presidente e comandante-em-chefe das Forças Armadas da URSS, transferindo a Bóris Yeltsin o controle do arsenal nuclear;
uA extinção da URSS e a criação da CEI não eliminaram concretamente nenhum dos problemas que vinham assolando a ex-União Soviética.
FIM DO TEMA!